terça-feira, 14 de dezembro de 2010

À moda do Pessoa

Um dia, em algum lugar
Serviram-me amor
Em colher de chá.

Mas como se pode servir amor em colher,
E ainda por cima de chá?
Amor não é homeopatia,
Não se usa em conta-gotas.

Disse ao garçom que amor não se serve em porção tão pequenina,
Porque ademais nem é invenção francesa...
Respondeu-me que era o que tinha na cozinha,
Era tudo que podiam me ofertar...

Amor em colher de chá!

Saí feito um foguete daquele restaurante
Tão metido à besta
E estou procurando um lugar onde se possa
Comer o amor com as mãos,
Até se poder lambuzar.

4 comentários:

  1. Em busca do banquete!
    Fome é importante!

    lindo o poema pessoal!

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  2. o problema é que a gente
    vai se acostumando
    a viver de farelo
    e migalhas
    como um vira-lata
    que apanha e sonha
    com pão inteiro
    e mesa farta...

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